25 junho 2007

NÃO TINHA SAUDADES DISTO

É por estas e por outras que eu gosto tanto do Scolari.

Sem darmos por isso ele elevou a fasquia tão alto que eu já nem me lembrava do que era ser eliminado logo no início das competições e/ou ficar dependente de terceiros mais os nossos golos marcados mais os golos dos outros sofridos mais os confrontos directos e as arbitragens caseiras.

De repente veio-me tudo à memória. Eramos os meninos pobres que espreitam por cima do muro os meninos ricos a tomar banho na piscina. Eramos os pombos que ficam a olhar de longe à espera das migalhas. À espera de um deslize. De alguma coisinha deixada esquecida pelos outros.

E de repente veio o Scolari e somos idolatrados mesmo sem ter ganho nada. E não é ele que é idolatrado, é aquilo em que ele transformou a nossa Selecção Nacional. Somos convidados (e pagos!) para ir jogar às Arábias. Somos respeitados e temidos. Ganhamos ao Brasil, à Inglaterra, a qualquer um (menos à França, pelos vistos...). E todos nós acreditamos que podemos ganhar a taça. Seja a da Europa, ou a do Mundo. Porque podemos mesmo.

Não quero bater mais no ceguinho (deixo que alguém o faça por mim, já que há tantos a fazê-lo e tão bem) mas com o Couceiro voltei a ver grandes jogadores serem sub-aproveitados. Voltei a ver a nossa selecção mal preparada e perdida em campo. Voltei a ver-nos perder pontos infantilmente e depois ficar a fazer contas no balneário e a dizer que nem tudo está perdido e que matematicamente ainda é possível.

A matemática não joga à bola!

Depois, caiu-nos do céu a oportunidade (completamente injusta, a meu ver) de mesmo assim conseguirmos ir aos Jogos Olímpicos, jogando contra a Itália. Pensei que fossemos cilindrados sem a mínima hipótese, mas nesse dia decidimos jogar à bola. Aguentámo-nos até aos penaltis. Chegámos a ter esperança.

Já no pós-Scolari tínhamos conseguido, FINALMENTE, superar o fantasma dos penaltis mas o Couceiro continua com aquele fetiche de não aprender com ninguém, não imitar ninguém, não fotocopiar ninguém... que não o Mourinho. Embora ele, agora que penso nisso, nem com o Mourinho aprenda.

Ai ai Couceiro... se uma barba de três dias e um olhar de mau chegassem, até eu era treinador de futebol, pá!

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