Parabéns Benfica pelos teus 108 anos (ler com o hino a tocar)

Hoje, uma das minhas maiores paixões faz anos.

Não é exagero nem é redutor, o que é no fundo uma paixão?

Wikipédia: 

A paixão (do verbo latino, patior, que significa sofrer ou suportar uma situação dificil) é uma emoção de ampliação quase patológica. O acometido de paixão perde a sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, regra geral, o indivíduo perde parcialmente a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio.

Na verdade nunca vi definição tão certa do que é esta minha relação com o Benfica.

O culpado disto é o meu Avô, com ele vivi os primeiros momentos, foi ele que me levou a querer voltar vezes sem conta ao velhinho estádio da Luz. Foi com ele que subi pela primeira vez as escadas sem fim até ao seu lugar, o mesmo lugar de sempre.

Ali vi esta paixão crescer, ali vi cantarem os Parabéns ao Rui Costa, ali vi o Isaías a marcar golos do meio da rua, ali vi um Benfica campeão, ali vi a mística de que tanto me falavam e que finalmente conseguia entender. 

O Benfica era muito maior do que podia imaginar, era um monstro com quem eu queria partilhar os meus fins-de-semana. Este monstro parecia difícil de domar, era alguém que nos trazia de tudo: Bons momentos, maus momento, ansiedade, histerismo, lágrimas boas, lágrimas más. Nunca conheci nada que me despertasse tão díspares sensações em tão pouco tempo, foi isso que me apaixonou por tudo isto que agora me rodeava, foi isto que me fazia querer mais e mais e partilhar com aquela gente toda que tinha algo em comum comigo.

Quando o meu avô morreu (Post dedicado a ele) o Benfica ganhou uma importância maior, passei a sentir nos ombros o peso da partilha desta mística, a responsabilidade de não deixar quebrar minimamente esta paixão, esta constante presença. Um dia cheio de orgulho vou passá-la a quem mais merecer.

Sentir o Benfica durante um jogo é realmente um sentimento patológico onde perco muita da minha individualidade, identidade e poder de raciocínio. Naquele momento não sou eu, sou Benfica, sou sangue suor e lágrimas com tudo de piroso, cliché e foleiro a que tenho direito. Nada interessa, fico cego surdo mas nunca mudo. 

Nunca mudo porque tomei uma decisão eterna mal entrei naquele estádio pela primeira vez. 

Entretanto cresci e o meu Benfica também. Nada mudou. Continua a ser a doença mais bonita do mundo.