O que foi não volta a ser
Senti-me profundamente confuso durante o Inglaterra x Itália de ontem. Ao princípio julguei ser da cerveja mas eu nem sequer estava a beber.
A Inglaterra tinha o rigor táctico duma Selecção Italiana do final dos anos 80 (sem o cinismo, mas também não se pode ter tudo) e a Itália (que entretanto deixou de ser cínica) em vez de matadores frios lá à frente, tem agora avançados que falham golos como se fossem portugueses e até um jogador preto - que por acaso também é estúpido, dois atributos que simplesmente não existiam nas Selecções Italianas do meu tempo.
O que é feito das Selecções Nacionais das quais nós sabíamos com o que contar? Nem ao nível estético a coisa é mais a mesma.
O jogador Italiano era o supra sumo da batata frita. Tinham todos uma pose altiva de Júlio César com narizes proeminente e cortes de cabelo impecáveis. Podíamos não adorar a Squadra Azzurra mas não tínhamos como não lhes invejar o estilo!
Além disso, o jogador Italiano conseguia manter-se com estilo sem entrar em maluqueiras. Nos anos 90 proliferaram os brincos, os adesivos nos narizes, os calções de licra e outras modas passageiras mas os jogadores Italianos mantinham-se estoicamente Clássicos - à excepção do Roberto Baggio que era uma Maria-vai-com-as-outras no que dizia respeito às modas passageiras desses anos loucos.
Baggio conseguiu inclusivamente escolher o único barbeiro incompetente em toda a Itália e, pior que isso, sempre se manteve fiel.
Já o jogador Italiano de hoje alinha em ceninhas como as tatuagens e os cabelos pintados ou semi-pintados e há mesmo um deles com uma rasta (mas uma só!) no topo da cabeça. Não, não falo do Balotelli. Desse não mencionarei o cabelo porque... não é preciso.
Quem ainda lhes vai valendo são o próprio treinador Prandelli, o Buffon e o São Pirlo que, com aquele travozinho de cosanostra e Martini, garantem a classe, o nível e o Espírito de outras épocas.
Por seu turno, o jogador Inglês mudou muito nos últimos anos mas continua com algumas das suas características inalteradas. Por muito que lhes tenham metido na cabeça novas formas de defender, mantêm quase todos o tradicional corte de cabelo bretão: a máquina zero. Ou máquina um, para os mais ousados.
Numa selecção onde era usual ocultar-se a abundância capilar, existe agora até um jogador que já foi carecas mas... já não o é.
São confrangedores os casos episódicos de jogadores ingleses que tentaram inovar no penteado. Assim de repente lembro-me de Chris Waddle...
No plano desportivo, continuam uns ingénuos do costume. E embora já tenham Pontas de Lança tecnicistas e possantes (e de rabo-de-cavalo!!!) o que eles gostam mesmo é de treinadores bebedolas. Quanto mais vermelhusco for o nariz mais apto e habilitado está para comandar uma equipa profissional de futebol.
Ainda no plano desportivo, mas na sub categoria "Regras do Jogo", muitos Ingleses devem estar hoje a pensar quem, de entre os fundadores das regras da modalidade, foi o bastardo que inventou o Penalty!!!
3 comentários:
he he
parece o cadete...
acho que passou o melhor. quero ver o super mario a lidar com a defensiva germânica...
@Fehér 29, tens razão, dá uns ares, dá :)
@MÉDIOCRIATIVO, bela posta, venham mais. Grande descrição do Pirlo. Na mouche.
Olhó medio por aqui. Vem aparecido.
Bom post.
Eu ao ver esta Itália confesso que fiquei surpreendido. Mereceram passar e jogaram de forma... diferente do usual!
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