25 junho 2012

O que foi não volta a ser

Senti-me profundamente confuso durante o Inglaterra x Itália de ontem. Ao princípio julguei ser da cerveja mas eu nem sequer estava a beber.

A Inglaterra tinha o rigor táctico duma Selecção Italiana do final dos anos 80 (sem o cinismo, mas também não se pode ter tudo) e a Itália (que entretanto deixou de ser cínica) em vez de matadores frios lá à frente, tem agora avançados que falham golos como se fossem portugueses e até um jogador preto - que por acaso também é estúpido, dois atributos que simplesmente não existiam nas Selecções Italianas do meu tempo.

O que é feito das Selecções Nacionais das quais nós sabíamos com o que contar? Nem ao nível estético a coisa é mais a mesma.

O jogador Italiano era o supra sumo da batata frita. Tinham todos uma pose altiva de Júlio César com narizes proeminente e cortes de cabelo impecáveis. Podíamos não adorar a Squadra Azzurra mas não tínhamos como não lhes invejar o estilo!

Além disso, o jogador Italiano conseguia manter-se com estilo sem entrar em maluqueiras. Nos anos 90 proliferaram os brincos, os adesivos nos narizes, os calções de licra e outras modas passageiras mas os jogadores Italianos mantinham-se estoicamente Clássicos - à excepção do Roberto Baggio que era uma Maria-vai-com-as-outras no que dizia respeito às modas passageiras desses anos loucos.

Baggio conseguiu inclusivamente escolher o único barbeiro incompetente em toda a Itália e, pior que isso, sempre se manteve fiel.

Já o jogador Italiano de hoje alinha em ceninhas como as tatuagens e os cabelos pintados ou semi-pintados e há mesmo um deles com uma rasta (mas uma só!) no topo da cabeça. Não, não falo do Balotelli. Desse não mencionarei o cabelo porque... não é preciso.

Quem ainda lhes vai valendo são o próprio treinador Prandelli, o Buffon e o São Pirlo que, com aquele travozinho de cosanostra e Martini, garantem a classe, o nível e o Espírito de outras épocas.

Por seu turno, o jogador Inglês mudou muito nos últimos anos mas continua com algumas das suas características inalteradas. Por muito que lhes tenham metido na cabeça novas formas de defender, mantêm quase todos o tradicional corte de cabelo bretão: a máquina zero. Ou máquina um, para os mais ousados.

Numa selecção onde era usual ocultar-se a abundância capilar, existe agora até um jogador que já foi carecas mas... já não o é.

São confrangedores os casos episódicos de jogadores ingleses que tentaram inovar no penteado. Assim de repente lembro-me de Chris Waddle...


No plano desportivo, continuam uns ingénuos do costume. E embora já tenham Pontas de Lança tecnicistas e possantes (e de rabo-de-cavalo!!!) o que eles gostam mesmo é de treinadores bebedolas. Quanto mais vermelhusco for o nariz mais apto e habilitado está para comandar uma equipa profissional de futebol.

Ainda no plano desportivo, mas na sub categoria "Regras do Jogo", muitos Ingleses devem estar hoje a pensar quem, de entre os fundadores das regras da modalidade, foi o bastardo que inventou o Penalty!!!

3 comentários:

Fehér 29 disse...

he he
parece o cadete...

acho que passou o melhor. quero ver o super mario a lidar com a defensiva germânica...

POC disse...

@Fehér 29, tens razão, dá uns ares, dá :)

@MÉDIOCRIATIVO, bela posta, venham mais. Grande descrição do Pirlo. Na mouche.

Unknown disse...

Olhó medio por aqui. Vem aparecido.

Bom post.

Eu ao ver esta Itália confesso que fiquei surpreendido. Mereceram passar e jogaram de forma... diferente do usual!