O seu a seu dono e tudo o que é demais cheira mal
Ao afirmar que, enquanto português, se sentia em dívida para com Scolari pelo trabalho que este fez à frente da Selecção Nacional, Paulo Bento provou uma vez mais ser das pessoas mais sérias dentro do futebol português. Há muito tempo que o acho.
Paulo Bento parece ser quem menos deve a outras pessoas. Raramente o vi com paninhos quentes, ou bajulações para colher frutos mais tarde. Diz o que tem a dizer sem ter que medir as palavras - quer dizer, ele mede sempre as palavras porque repete cada uma pelo menos duas vezes antes de passar à próxima mas, enfim...
Não só acho que ele esteve bem ao dizê-lo como acho que ele tem razão. Ame-se ou odeie-se, a verdade é que Scolari levou a Selecção a patamares que eu jamais pensei assistir. E não me venham dizer que a "culpa" foi dos magníficos jogadores que ele teve à sua disposição porque antes disso já tinhamos tido muitos Rui Barros, Futres e etc...
Aliás, mesmo a Geração de Ouro não conseguiu nada de especial em séniores (embora eu jamais esqueça a campanha com o Humberto Coelho no banco!!!).
Scolari - aquele ser híbrido que fica ali entre um militar e um companheiro de copos - conseguiu aquilo que tecnicamente se chama "motivar a malta". Algo que, parecendo fácil, é tremendamente difícil.
Portanto, Paulo, as palavras foram justas e o discurso foi bonito. Agora chega.
Se te tivessem dado mais 5 minutos de microfone, dizias que "enquanto português, estaria bem mais descansado se ele estivesse aqui em vez de mim". Não deixarias de ter razão mas já passou, agora vamos para cima deles.
A propósito de "ir para cima deles", estou ansioso por ver como o Bruno Alves se vai dar com o Neymar.