21 novembro 2008

A Selecção Entretanto Jogou, Não Foi?

A propósito desse descalabro sem nome, no Diário de Notícias de hoje (sexta-feira, 21) o João Rosado escreve uma crónica que termina com esta frase: "Queiroz (...) só há 14 anos sofreu tanto com as críticas. Desde os famosos 6-2 de Alvalade. Perdão, 6-3..."

Não o cito por nada mais senão a pertinência da observação. Queiroz continua a parecer-me um excelente professor do Ensino Secundário mas um docente Universitário mediano. E para baixo.

Ele tem classe e carisma suficiente para encantar e motivar quem está sedento de aprender mas não tem força nem fibra suficientes para puxar as orelhas àqueles que se acham donos do Mundo e que julgam já ter provado tudo.

Bastou vê-lo há uns tempos numa reportagem feita pelo Nuno Luz (essa grande personagem!) sobre a Selecção da "era Queiroz" onde o mostravam a telefonar a alguns dos jogadores seleccionado. Quase lhes pedia desculpa por ligar. A medo, com paninhos quentes, lá ia dizendo coisas como: "Simão, vê lá... se pudesses ir jogar a Brasília connosco... seria tão tremendamente agradável... temos já reservados lugares na primeira classe, mas não é numa primeira classe qualquer... é naquela que tem cadeiras anatomicamente perfeitas e delicadas o bastante para não vos magoar as costinhas... vê lá, isto se não fôr muito incómodo para ti claro... ah e já agora se pudesses passar a palavra ao Sr. Maniche também seria uma coisa muito fantástica... muitíssimo obrigadíssimo, sim?"

Isto tudo com aquele sotaque muito dele que consiste em pegar no português falado em Maputo, colocá-lo sobre a música do inglês falado em Glasgow e apreendido em Manchester, misturar tudo muito bem e sussurrá-lo como se estivesse na cama com a Beyoncé.

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