27 janeiro 2009

Porque gostamos de estar em cima do acontecimento... On-Topic...

Dois casos:

Liedson na Selecção, e Paulo Assunção na Selecção e quase com um tiro no joelho.

O Liedson na Selecção, que acham? Ele é um jogador mal formado e gosta de usar os pitons mais que o habitual, mas é claramente aquilo que não temos há uns anos... Um verdadeiro ponta-de-lança de referência e completamente matador...

Sinceramente acho que sim, que deve ir, para nosso interesse e porque se vacilei quando o Deco ia ser chamado, agora já não faz muito sentido vacilar, porque qual é a desculpa? Porque não nasceram em Portugal?

O Bosingwa não nasceu em Portugal, o Rolando também não, o Petit também não, o Ronaldo também não (a não ser que o condado da Madeira já seja território Português...) e vocês saberão mais casos que eu.

Cada vez o futebol tende mais para aí... E é assim que vai ser daqui para a frente, a nacionalidade é que conta e não onde nasceu.

Quanto ao Assunção:

Ninguém falou muito da gravidade que foram as acusações do homem, a dizer que saiu do Porto porque no fim de um treino disseram que lhe davam um tiro no joelho se não assinasse contrato... Porque é que ninguém falou muito desta máfia? Porque é que o Pinto Soprano se safa sempre? Caramba, já chateia!

Quanto à selecção, o Assunção é o outro membro que precisamos há uns tempos, um trinco fabuloso, moderno (sabe subir) e que é a peça que mais falta ao novo Porto, enquanto o Fernando não for tudo aquilo que parece vir a conseguir ser...

Com isto, venham eles, porque no estado em que estamos, precisamos mesmo de tudo!!


PS: O Bruno Alves é que podia não ser convocado por atentados à Humanidade, só tipo castigo...

7 comentários:

Ricardo disse...

Discordo. Para mim, um atleta que tenha nascido noutro país e queira representar o país de acolhimento deverá ter, no mínimo, um ano de formação nesse país, antes de se tornar atleta profissional. É este o meu limite. Pretendo com isto que a pessoa se sinta minimamente identificada com o país e que o próprio país de acolhimento tenha sido responsável pela sua formação humana e desportiva. Sem isto, não concordo com as naturalizações e acho que desvirtuam por completo o conceito de Selecção Nacional de Futebol.

Acho muita graça à ideia que muitas vezes é difundida por aí que defende, em linhas gerais, um conceito tão engraçado como: se as pessoas podem votar, se podem inscrever-se para a Segurança Social, por que razão não podem jogar na Selecção Nacional?
Pela razão, simples e objectiva, de que jogar futebol não é meter uma cruz num papel e metê-lo numa ranhura; pela razão de que jogar futebol não é tirar uma senha e esperar 10 horas numa repartição qualquer com tapetes feitos e cheios de pó, enquanto velhotas se mijam nas meias que têm transparentes até ao joelho porque já não conseguem arranjar forças para o estancamento.

Ou então comecem já a organizar o I Mundial de Velocidade e Destreza na Obtenção do BI numa Loja do Cidadão. E levem só naturalizados.

B. disse...

Então um jogador que venha com 18 anos, não passando pela formação, quando tem 28 (10 anos!!!!) e ainda está cá, não se identifica com o país?

É quase como a luta que foi trazer jogadores estrangeiros para Portugal.

Ou ter seleccionadores estrangeiros nas selecções.

Se calhar antes de tudo isto foi uma luta ter um jogador nascido no Porto a jogar no Benfica...

E por aí fora...

É daquelas questões que se vão perder no tempo, é legítimo discuti-las agora, mas completamente irrelevante...

Ricardo disse...

B.,

percebo o exemplo que dás e estou aberto a ideias novas. A questão é que é preciso, a meu ver, estabelecer uma regra. Não creio que a anarquia seja a melhor solução. E avaliarmos da interacção e identificação de uma pessoa com um país é algo absolutamente subjectivo. Não tem só a ver com os anos em que está num país, pode-se estar um mês e estar mais identificado com o mesmo do que outra pessoa que esteve nesse país 20 anos. Acho que, não conseguindo distinguir correctamente quem está e não está identificado com o país, é preciso haver uma norma. E essa norma, para mim, passa pela formação porque, estabelecida, "obriga" a que, pelo menos, ainda antes de adulto (como pessoa e como desportista) a pessoa tenha passado por uma fase importante já no país de acolhimento e numa fase de construção. Critérios que me parecem poder abarcar o conceito de integração e identificação com o país.

O resto é tudo muito subjectivo.

Concordo quando dizes que é uma discussão que, ao longo do tempo, vai ser irrelevante porque tendencialmente com um lado vencedor e outro perdedor. Mas enquanto não for irrelevante eu deixo a minha opinião. Porque as opiniões e as motivações devem subsistir e sobreviver às certezas absolutas, mesmo quando estas sejam generalizadas a todo o planeta. Conservar, neste sentido, é também fazer a revolução.

Erk disse...

Tem que se estabelecer um limite. Há que o descobrir e delimitá-lo.

Posso ser um gajo teimoso, ou velho do Restelo ou o caralho, mas para mim existe uma coisa chamada identidade da selecção nacional, que é mais preciosa do que os troféus que o Scolari esteve quase a alcançar. Para mim, identidade da selecção é a era em que se o futebol se jogasse sem baliza éramos campeões indíscutíveis. As vitórias morais, os rodriguinhos. Isso dos troféus é bicha. Importa é humilhar o adversário com fintas.

Sendo lagarto ferrenho e gostando do Liédson quase tanto como da minha avó, que sem rodas, ainda é um bom camião, mesmo assim, digo que na selecção, não!

Porque sou romântico. Porque sou lírico.

Sei bem que um destes dias, a selecção tuga vai ter nomes como Dimitri da Costa, Zheng Chói Pinto, Pierre da Silva, Vladimir Betão, Bosingwa (ups, este já há...), etc. É inevitável. Porque somos um país de emigrantes e imigrantes. Não tem mal. É o futuro, é a globalidade.

Mas ainda vamos ter saudades dos tempos em que o jogador Português era baixo, moreno, leve e tratava a bola por tu.

Luciano Rodrigues disse...

Um Pepe ou um Deco que chegam com 17 anos e fazem toda a carreira cá não são iguais a um repositor de supermercado aos 21 que se torna estrela do Corinthians aos 24 e vem para cá jogar à bola. However, deixa lá ver...

Anónimo disse...

Abriu-se o precedente com o Deco, agora aguentem-se à bronca...
Se formos ao mundial e estivermos a jogar com o Miguel, Deco, Pepe, Liedson, Bosingwa, Paulo Assunção e entrar Makukula e Manuel da Costa, são "só" 8 homens que ,mais aficionados ou menos, não nasceram em Portugal!

Eu não acho que se possa por no mesmo cesto o caso do Miguel, p ex, e o do Liedson.
Deve haver regras no papel, mínimos q terão de ser cumpridos para um jogador poder jogar pela selecção. O Liedson que veio p cá com 24, p ex, por mt que precisemos de um matador (praí desde o fernando gomes), não se justifica a entrada na selecção.

B. disse...

Embora irrelevante para a discussão, o Miguel nasceu em Portugal segundo as minhas fontes.

Mas como disse, é irrelevante para a discussão.

Compreendo o Liedson, teoricamente não o quero na selecção, mas depois de aceitar o Deco e o Pepe, sinceramente deixei de me sentir com moral para rejeitar quem quer que seja...