Estamos no bom caminho

Julgava-me um pai do seu tempo. Um pai que, ao contrário de muitos dos pais da malta da minha idade, não fizesse qualquer questão do seu filho vir a ser jogador da bola ou gostar de futebol sequer, se essa não fosse a sua vontade*.

A verdade é que ontem, uma lágrima cintilante abeirou-se do canto do meu olho quando as televisões anúnciavam os resultados nacionais das eleições europeias em quadros coloridos e o meu filho, olhando atentamente para eles como quem decifra um enigma milenar, levantou os braços energicamente ao mesmo tempo que gritava: goooooooooooooooooooooolo!!!

Se a escolha é ser adepto de um de dois espectáculos que já viram melhores dias, prefiro sinceramente que ele opte pelo futebol.


* Em abono da verdade, devo dizer que no fundo ainda desejo que essa acabe por ser a sua vontade. Se não for para ser um novo Cristiano Ronaldo assegurando-me uma reforma de sonho, que seja para irmos à bola, comer umas bifanas, beber umas cervejas, abraçarmo-nos durante os festejos dum golo, insultarmos o árbitro a duas vozes e essas coisas assim.