18 novembro 2010

Portugal x Espanha (Considerações Finais)

Não há muito mais a dizer a não ser que o que aconteceu ontem esteve longe de ser uma humilhação para a selecção espanhola* como toda a gente hoje anda para aí a gritar. A não ser, claro, o golo do Cristiano Ronaldo (tal como o Ricardo em relação ao golo contra a Alemanha, para mim este será sempre golo!)

Em relação aos comentários ao jogo que tenho ouvido para aí, tenho que dizer que discordo EM ABSOLUTO da teoria aparentemente consensual que coloca a culpa toda no árbitro. A meu ver, ele não tem culpa nenhuma.

É extremamente fácil errar em lances desses e os jogadores sabem disso. Todos os fora-de-jogo são difíceis de ver e ainda mais perceber se uma bola no ar chegou ou não e estar dentro da baliza. O problema ontem NÃO foi esse! Não foi!

Quando disse no último post que se aprende desde os Iniciados a evitar situações daquelas eu não estava a atirar isto para o ar: aprende-se MESMO! É-nos dito e repetido para em casos destes NÃO TOCARMOS NA BOLA. É a regra do "pelo sim pelo não". Assim como nos dizem para numa desmarcação, mesmo que tenhamos a certeza de estar em fora-de-jogo, corrermos à mesma para o golo porque há sempre uma probabilidade enorme de o fiscal não assinalar o fora-de-jogo.

A sério que me irrita profundamente estarmos a desculpar uma burrice daquelas num jogador daquele nível e com aquela experiência. Aliás, o próprio Nani percebeu tudo e não foi à toa que pediu desculpa ao Ronaldo. Foi pura fuçanguice!

É tão simples quanto isto: se ele não tivesse tocado na bola, o árbitro não tinha apitado. E ele podia perfeitamente ter evitado tocar-lhe.



* Até porque, segundo dizem, lhes pagamos 700 mil euros para virem até ao outro lado da fronteira jogar.

9 comentários:

Vitto Vendetta disse...

acredita, nem consigo sequer estar contente pela vitória...

já se sabe quem é o burro que scolari falava...

Ricardo disse...

Completamente. E, além de ensinarem isto desde os infantis, é uma questão de puro bom senso: tu não vais estragar um golo daqueles ao teu colega. NÃO VAIS! Ele foi fuço mesmo, e a ajudar à teoria da fuçanguice está o facto de, primeiro, ter andado a semana toda a dizer que será o melhor do Mundo e, segundo, fazer anos ontem. O man queria marcar um golo! Para isso nem que destruísse um dos mais belos golos da História. É burro, é grunho.

E a ajudar à festa tem aquele chapéu ridículo ao Casillas.


(toda esta minha análise socio-patológico-cognitiva do atleta Nani não deve ser confundida pelos grunhos do costume com o que ele ontem fez em campo, que foi muito)

MédioCriativo disse...

Exactamente, de resto ele até jogou muito bem. Só que é grunho.

E nem mais, mesmo que ele tivesse que empurrar aquela bola lá para dentro (ou porque o defesa vinha lá ou porque ela fosse bater no poste) tinha sempre que pedir desculpa ao Cristiano e correr para ele a apontar e a dizer "o golo é teu, o golo é teu"!

É mais uma daquelas "regras não escritas" que tornam o futebol tão bonito...

DeVante disse...

Pois...

É como aqueles desgraçados dos judeus que resolveram nascer judeus e viver na Alemanha de Hitler quando já sabiam que os alemães e os nazis não gosta(va)m nada de judeus...

Parece que nunca jogaram futebol!

Quando se está dentro do jogo, está-se dentro do jogo e ponto! A ordem é aparecer e marcar e só se tem olhos para o golo.

Se Nani estivesse a jogar o PES ou o FIFA se calhar não ia à bola, mas estando dentro do campo, à boca da baliza, só se interessou por confirmar o golo...

Fodas! Já enoja essa perseguição ao gajo...

Ricardo disse...

Devante, oi?

MédioCriativo disse...

DeVante,

Talvez eu não me esteja a fazer entender.

Eu não estou a perseguir o Nani. Ele chegou muito mais longe do que aquilo que eu algum dia podia imaginar para ele e não lhe tiro nenhum mérito quanto a isso, muito pelo contrário. Tem feito uma excelente época e ontem, em concreto, até fez um grande jogo. Mas também fez uma grande anormalidade.

Já agora, é precisamente por eu já ter jogado à bola - por eu há muitos anos atrás até ter jogado muito à bola - que eu sei o que estou a dizer: os treinos servem também para estas coisas!

A este nível não é válido esse argumento de "só se ver a bola" quando se está no jogo. A meu ver, é precisamente ao contrário: se fosse num qualquer jogo electrónico, era na boa. Assim, não.

Mas não penses que eu vou continuar a "persegui-lo". Isto vai-me passar depressa. Aliás, se o golo em causa não tivesse sido tão brutalmente perfeito eu até já tinha esquecido.

A dos judeus não percebi.

Roco disse...

Devante,

Num vales um Cárálho!

ps: sou judeu.

DeVante disse...

Roco,

Pensei que fosses o Sifredi...mas não podias porque...não podias!

A dos judeus foi propositada porque este blog gosta de comparações exageradas e é muitas vezes acusada (injustamente, a meu ver) de "brincar com coisas sérias".

Então o gajo tira todas as culpas do árbitro para o colocar em cima do Nani...o árbitro errou e errou de forma propositada, porque nem foi o fiscal que assinalou o fora de jogo, mas sim o próprio árbitro...

Por isso referi aos judeus...

Se calhar os nazis (o árbitro, no caso) também não têm culpa nenhuma...já que todas conheciam o seu anti-semitismo e esperaram para ver...

Espero que o "desenho" tenha sido elucidativo.

Médio Creativo:

"Ele chegou muito mais longe do que aquilo que eu algum dia podia imaginar para ele..."

A isto se chama preconceito...

Agora andas a traçar o destino das pessoas é?

Já agora, o do ex-maçã podre só pode ser o Barça, com braçadeira de capitão, não???

Fodas-se!

pitons na boca disse...

Sem querer discutir a II Guerra Mundial...

DeVante,

é a tua opinião, não vou deixar de respeitar.
Mas a mim ninguém me tira da ideia que o Nani foi parvo, na jogada. Se fosse uma jogada em que a bola vai junto ao poste e ainda podia haver a duvida que entrava, aceitava-a facilmente. Mas a bola vai entrar ao meio da baliza, não há nenhum adversário por perto para tirá-la com um pontapé acrobático nem um passaro em que a bola batesse para voltar para trás. O Nani sabe bem que a bola ia entrar e sabe bem que podia evitar.

O erro do arbitro (aliás, do fiscal de linha, que ao contrario do que dizes, anulou a jogada - não se vê o gajo na imagem, mas vê-se o C.Martins dentro da área a olhar para o lado do fiscal e arrepender-se de festejar) é um erro normal.

E esta opinião não tem nada a ver com o país onde ele nasceu, ou os pais dele, não tem nada a ver com o clube onde ele foi formado, não tem nada a ver com o clube onde ele joga nem tem nada a ver com o facto dele estar a jogar bem ou mal.
Tem a ver com um golaço cantado que simplesmente "não lhe pertencia" e que deixou de contar porque ele embirrou para ali, por burrice ou egoísmo ou egocentrismo ou até apenas porque parou-lhe o cérebro - é só escolher.

Não se está a crucificar o gajo, apenas a constatar um facto. Agora é natural haver uma bocas e umas piadolas à conta do que ele fez (com ajuda dos árbitros).