Xanax
Voltei. Depois de muito tempo ausente (novamente) volto a escrever. Tanta coisa aconteceu entretanto... entre as quais destaco os comentários que por todo o lado (não apenas aqui no Gordo) surgiram pondo em causa o trabalho do Quique Flores no Benfica.
Nem vou falar no facto (importante!) de, muito provavelmente, neste momento todos os autores desses comentários estarem a achar que o Quique é o maior e o Benfica também e que vamos ser Campeões Nacionais. Mesmo que tenhamos ganho ontem (pelos vistos, porque eu não vi. Fui ao circo, ver outros palhaços, com o meu filho.) com um golo irregular.
A malta tem que peceber que o Quique é o melhor treinador que podemos ter neste momento. Não vejo outro, melhor que ele, que se sujeite a vir meter-se nesta alhada que é o Benfica.
Sim, medi bem as minhas palavras. Por vezes, o problema não está no cozinheiro, nem nos ingredientes. Está no tacho. Se todas as pessoas que querem ver o Quique ir embora imediatamente, o imaginarem para o ano a treinar o Futebol Clube do Porto, talvez percebam o que eu digo. O problema do Benfica não é (só) o treinador. Temos tido muitos nos últimos anos e nem o que ganhou ficou.
Este treinador em concreto, é claro que já cometeu muitos erros mas é uma pessoa muito inteligente, um comuniador acima da média e penso ser a pessoa ideal para organizar duma vez por todas a equipa principal. Mas para isso ele tem que ficar por cá, pelo menos, os dois anos combinados.
A situação é má demais para ser resolvida de repente. Nem uma época inteira chega para o avaliar mais ao trabalho dele, quanto mais meia época... Como disse o meu amigo João, isso só houve um a conseguir: foi o Mourinho, em pouquíssimos jogos. Sempre a melhorar a olhos vistos.
Mas pelos vistos também se achou na altura que nem o Mourinho era bom o suficiente para o Benfica... vamos lá a ter calma e paciência. Sim?
9 comentários:
Bem-vindo (mais uma vez), Médio. Não passes tanto tempo sem vires cá, homem, que fazes falta.
Sobre o texto, assino por baixo.
Acho que fizeste bem em ires ao circo com o teu filho. O Benfica, por estes dias, e apesar da salutar vitória, na Luz, parece uma equipa italiana, à espera do erro e tal e essas coisas. Mas sem a classe. E isso entristece-me.
Os Benfiquistas têm alguma dificuldade em entender que os tempos são outros. Se nos tempos áureos do império, qualquer atleta das colónias queria jogar de águia ao peito para sempre e por tuta e meia, hoje em dia, todos os mancos têm agentes que mostram DVD's do jogo de uma vida, onde todos são mais que Eusébios. E não custam barato. E estão-se a cagar para a cor da camisola que têm vestida. Exemplo último de muitos, o Cebola.
Depois, o campo já não é a descer para os grandes, como há décadas atrás. Os árbitros são incompetentes, mas já não vêm avençados e podem disparar a asneira em qualquer direcção, sem aviso prévio.
Mas o adepto quer sempre mais. Se não ganha, quer títulos, se ganha, quer jogo bonito. Ganhou-se numa época o que já não se ganhava há mais de vinte? Não chega! É preciso mais. E todo o adepto espera que o treinador que gere a equipa seja, se não melhor, pelo menos igual ao Mourinho. E qualquer avançado tem que jogar contra a sombra do Eusébio.
Extremo? É o novo Chalana. Defesa? Coluna.
O único discurso que é aceite pelo adepto é ao estilo do da "melhor equipa dos ultimos 10 anos". Discurso populista e fácil, mas irreal. Na realidade pede-se a treinadores ainda em ascensão (Quique) ou descendentes na carreira (Trappatoni) que façam omeletes com ovos como os Bynias, Zoros e Luis Filipes desta vida.
Depois vem a realidade sob a forma da taça de Portugal ou UEFA, e a queda das nuvens é dura. Pede-se a cabeça do treinador, que afinal não era de qualidade para a grandeza do clube, e chama-se outro. Que vai buscar mais uma dúzia de ovos, "de qualidade internacional", asseguram mais alguns agentes FIFA, armados de novos DVD's. Enquanto o presidente afirma n'A Bola que "este ano é que é!"
Eu, como lagarto, acompanho sempre com atenção as manobras do Benfica durante a época. São melhores que um filme do bucha e estica.
"Defesa? Coluna."
Valdemar,
Oi?
Ricardo?
Oi?
Era outro Coluna... Não esse. Lá por ter o mesmo nome... Né? Oi?
Valdemar,
Concordo com tudo o que disseste. A malta começa a entender-se. Isto ainda lá vai...
Sou da opinião que para defesa devias ter usado por exemplo um Humberto Coelho, mas pronto. :)
Esse coluna defesa que falas não conheço. :P
Acho que consigo concordar com praticamente tudo do que está escrito no post e nos comentários... é obra.
Pois evidentemente era o Coluna, o próprio, a que me referia. Quando penso no senhor, penso em primeira linha de defesa e voz de comando da equipa. Mas no meio-campo. Certo. Uma espécie de Pirlo cruzado com Beckenbauer. No meio-campo. Ok.
Mas o que quis dizer no post simplista (é segunda-feira), se bem que não muito curto, é que me custa ver uma das maiores equipas do meu país, esbanjar um capital de prestígio adquirido ao longo de mais de 100 anos de história.
É como ver um primo trintão, divorciado, que levámos connosco ao bar da moda, e que se embebedou para lá do razoável, e está agora a cambalear na direcção da mesa das gajas mais boas do bar. Alguém tem que o ir lá buscar...
"Era outro Coluna... Não esse. Lá por ter o mesmo nome... Né? Oi?"
"Pois evidentemente era o Coluna, o próprio, a que me referia."
As frases têm 6 horas de intervalo. Larga os ácidos, Valdemar.
Mais a sério: apesar do tom algo condescendente dos teus dois comentários, concordo com muito do que dizes.
Como digo mal do Quique todas as semanas, vejo-me forçado a reconhecer que tens razão numa coisa: Se ele fosse embora agora ficavamos bem pior.
Mas isso não invalida que ele não tenha conseguido criar uma equipa e que todos os nossos ataques sejam fruto apenas da qualidade dos jogadores. Não há um único processo ofensivo que se repita e o meio campo é sempre incapaz de pressionar o adversário e recuperar a bola longe da nossa área.
Vão ser 2 anos disto...
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